quarta-feira, 15 de junho de 2011

Está vivoooo

A partir de hoje, este blog está ressuscitado. Mais de um ano se passou desde o último post e de lá pra cá muita coisa aconteceu, o que significa que teremos muitos assuntos a tratar.
Neste meio tempo criei outros blogs e os deixei de lado com a mesma cara de pau de sempre. Decidi voltar a este porque foi o único que consegui, durante algum tempo pelo menos, manter uma certa regularidade.
Nada mais a acrescentar por enquanto. Este primeiro dia será de edição, revisitarei os posts antigos e sairei corrigindo textos como um louco, tirando defeitos aqui e ali. Como me conheço, vou mudar bastante coisa.
Amanhã, se tudo der certo, voltamos à ativa!
Desçam outras que assunto não falta!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Os assaltos

Apesar de viver em São Paulo, cidade com um dos índices de criminalidade mais altos do Brasil, nunca tive uma arma apontada para a minha cabeça, e os poucos assaltos que sofri foram provavelmente uma completa perda de tempo para os ladrões.

Antigo morador do bairro de São Mateus - conhecido como um dos mais violentos da cidade - com cara de vitima por vocação (baixinho, gordinho, branquinho e com cara de tonto), eu convivi desde pequeno com o perigo iminente de sofrer um assalto. Porém, poucas vezes isso aconteceu, três, para ser mais exato.
Na primeira delas, eu voltava da padaria em um domingo à tarde. Tinha pedido dinheiro ao meu pai para comprar sorvete para mim e para os meus primos e na volta da padaria fui abordado por dois rapazes de 18 anos, que me abraçaram e vieram perguntando “Sabe onde mora o Manuel?” “Não sei”, respondi com um pouco de receio. “Não sabe onde mora o Manuel?” “Não, sério ‘veio’”, respondi, em uma parca tentativa de parecer mais malandro do que a minha aparência frágil e infanto-obesa sugeria. Antes da terminar de perguntar a terceira vez onde era a casa do Manuel, um deles me encostou na parede e falou “CADE O DINHEIRO?” Quase cagando nas calças eu respondi que tinha acabado de gastar na padaria compando os sorvetes. Para não sair de mãos abanando, acabaram levando dois Chicabons e até o meu Galak meio chupado.
Pelo menos, quando cheguei em casa meu pai deu mais dinheiro para comprar outros sorvetes, e foi comigo para evitar que a cena ridícula voltasse a acontecer.

Somente anos depois eu voltaria a ser abordado. Com cerca de 13 anos e pouca experiência com ônibus, acabei passando o ponto do shopping para o qual me encaminhava, afim de encontrar meu pai. Desci em uma parte mais escura, margeando um terreno baldio, margeando um muro alto, há mais ou menos 200 metros do shopping. No meio do caminho avistei dois homens, ambos aparentando entre 25 e trinta anos e razoavelmente bem vestidos (uma vez que estavam perto do shopping Aricanduva e ninguém por ali está mais bem vestido que “razoavelmente”). Por algum motivo pressenti que ia dar merda, então coloquei a touca da minha jaqueta na cabeça afim de parecer mais malandro e continuei caminhando. Mais uma vez traído pela minha forma obesa e baixinha, fui abordado pela dupla. “É um assalto!”, falaram e eu levantei o braço, achando que essa era uma resposta-padrão para a frase. “Abaixa o braço, ta louco?” Eu abaixei. “Cadê o celular?” Eu não tinha. “Cadê o relógio?” Eu não gostava de usar (aliás, não uso até hoje). “Dá a carteira!” Eu dei. Ele abriu, fuçou, revirou e então percebeu que eu não tinha um centavo. Só tinha pegado um passe de ônibus em casa para me encontrar com meu pai, ele iria pagar o Mcdonald´s” Para não dizer que saíram sem nada, os meliantes conseguiram subtrair cerca de 70 centavos do bolsinho de moedas da carteira, e me devolveram a carteira velha e rasgada, que eu praticamente peguei do lixo quando meu pai comprou uma nova pra ele.

A última e mais patética de todas aconteceu um dia durante a volta da escola. Tinha acabado de ganhar um boné novo do meu pai, da “Da Hui”, marca de Surf que era “da hora” na época. Descendo a rua que dava acesso à minha casa, passei por um grupo de adolescentes. Comecei a andar mais rápido, mas não muito, para não dar na cara que eu estava com medo. Eles começaram a andar mais rápido ainda e me abordaram. “Eae mano, da hora essa bombeta hein?”. Já com medo daquela conversa respondi “É, né?”. Em um surto de ironia ele perguntou. “Quer trocar pelo meu?” O objeto da troca em questão era um boné amarelo, daqueles de espuma, escrito “COVAS GOVERNADOR”. Óbvio que eu não queria trocar, e em um rompante de coragem falei “Não cara, valeu, esse aqui foi presente do meu pai, se eu trocar ele embaça”. Eis que o desgraçado fala ‘Ta bom, se não quer trocar, eu fico com os dois” e tirou o boné da minha cabeça.

Desci minha rua me sentindo humilhado por ter perdido o boné, um fraco por não ter oferecido o mínimo de resistência
E um burro, por não ter aceitado o boné do Covas.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Sonho de jornalista

Em uma conversa de redação, conta o editor...

_Sonhei essa noite que estava em uma casa de praia e tive informações de que ratos enormes estavam rondando o local.

_Mas você chegou a vê-los?

_Não, só tive informações!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A tatuagem

_Nossa, o que é essa sua tatuagem?

_Um Xamã!

_Ahn?

_Os Xamãs são lideres espirituais e médicos de algumas tribos originadas na Sibéria, ele é responsável por curar os doentes e por conduzir os rituais, onde entra em transe para invocar os espíritos da natureza para ajudar a superar as dificuldades da tribo.

_Hum... Que legal! Então é tipo um índio?

_É um índio, mas é o sacerdote, líder espiritual.

_Entendi, legal!

Outro dia, outra pessoa.

_ E essa tatuagem ae? É um dragão?

_Não...rs... É um Xamã.

_Que isso?

_Ah, é o líder espiritual e médico de algumas tribos, cura os doentes, dá conselhos e tal...

_Ah, da hora, é um índio então.

_É sim!

_Da hora!

Alguns dias depois, outra:

_Orra, bem louca essa tatoo hein?

_Opa, valeu!

_O que é?

_Um índio!

_Ah, legal!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Até agora a pouco

Em pouco mais de um ano e dois meses de vida - exatos 436 dias - este blog teve 50 posts, recebeu 2180 visitações (uma média de cinco por dia), 67 comentários e passou por duas mudanças de layout.

E, até agora a pouco, Não-lineares continuava escrito errado no subtítulo.

Haja!


Poupasaco

O texto abaixo deve ter sido o maior que eu já escrevi para esse blog, mas é proporcional à minha indignação com relação a esse sistema imbecil que rege o Poupatempo Sé. Ouvi dizer que outros Poupatempos, em outras cidades, funcionam bem, provavelmente devido à menor demanda. Isso de maneira nenhuma exime a responsabilidade da administração do posto da Sé, o primeiro a ser construido, o maior, e com certeza um dos mais mal administrados do sistema. No meu caso, só pude buscar a CNH no outro dia, por conta do atraso no meu trabalho. Se pretendesse esperar, teria que ter passado mais de nove horas sentado ou andando que nem barata tonta de um lado para o outro, com certeza bem menos que os três dias que demoravam para se tirar um RG antigamente, mas ainda assim bastante tempo, muito mais do que o prometido no site.

Espero que na minha próxima renovação, já tenham pensado no Poupasaco, que atenderá àqueles que não têm paciência para serem feitos de otário no Poupatempo.

Ou isso ou eu desisto de dirigir.

Poupa Tempo!

Em São Paulo, criaram um orgão público chamado “Poupatempo”, tudo junto mesmo, que consiste em um local onde pode-se tirar (ou renovar) documentos de todo tipo com rapidez - segundo o site da instituição, uma renovação de CNH demora cerca de quatro horas para ficar pronta - e conforto. Se baseando nessa premissa, você acorda às sete da manhã, para chegar cedo, ser liberado cedo e seguir para o seu trabalho com o minimo de atraso possível.
Quando pega o ônibus, já começa a se arrepender, antes de terminar a sua rua, já tem gente saindo pelas janelas, de tão lotado. Como você só descerá no ponto final, se espreme em um canto onde não atrapalha a passagem e deixa o coletivo seguir seu rumo. 40 minutos depois chega ao metrô e o caos já se mostra desde a catraca. No terceiro trem você embarca, se espreme no meio do corredor e espera pela chegada da estação Brás, o clímax. Nessa estação, nesse horário, rumo ao centro, uma manada de pessoas tenta entrar ao mesmo tempo no trem, atropelando umas as outras e amassando todas as que estiverem no caminho. Incrivelmente, algumas delas conseguem inclusive feder, mesmo sendo apenas oito da manhã. Quando chega à estação Sé, você nem se mexe, pois a manada que entrou no Brás, agora quer descer, e você apenas deixa a maré te levar. Saindo da estação, você segue pelos túneis e sai próximo ao Poupatempo, quando um rapaz te aborda e começa a perguntar de tudo, temendo um assalto você dá cinco passos velozes na direção oposta e olha para trás, ele sem entender nada pergunta se é para renovar a CNH, você responde que sim, ele pergunta se tem foto, você não tem, e ele pede que você o siga até um cara com uma máquina digital de 5MP e impressora, que mal deixa você se sentar, tira sua foto de qualquer jeito, imprime, corta, cobra 12 reais e te entrega uma dúzia de fotos mal-feitas. Saindo de lá cocê até sente saudades da época em que japonesinhas simpáticas tiravam suas fotos 3x4 na “ótica”, arrumavam seus cabelos, vinham levantar seu queixo e brigavam quando você sorria, para no final a foto ficar uma merda e você agradecer do mesmo jeito, só pela preocupação dela.

Depois de tirada a foto, o mesmo rapaz que te aliciou em frente ao Poupatempo pergunta se você já tem exame médico, diz que se deixar para fazer lá vai demorar muito mais. Convencido, você segue para o local que ele indicou. Dois lances de escada depois, chega ao “Consultório”, com uma moça e uma menina digitando freneticamente. Antes que você possa dizer alguma coisa ela dispara: “Carteira vencida, RG e comprovante de endereço”. Você responde que não tem mais RG e pergunta se a sua CNH vencida pode servir como documento de identificação. “Não”, ela responde e fala que você não vai conseguir renovar sem o RG. Meio de saco cheio pela fala de educação dela, você responde que não importa e que vai tentar do mesmo jeito, entrega os documentos, ela começa a digitar e a gritar todas as informações, como se você estivesse do outro lado da rua, para que você confirme, pede que você coloque o dedo três vezes no aparelho de captação de impressões digitais “Aperta, solta, aperta, solta, aperta, solta”, manda que você preencha o questionário da ficha e espere na fila para ser atendido pela médica. Seu nome não será anunciado como em um consultório comum, então tem que prestar atenção ma pessoa que estiver à sua frente durante a “chamada oral” da moça do computador para entrar no consultório logo após a saída dela. Ao entrar, uma mulher de 50 e poucos anos pega a sua ficha e pergunta se você usa óculos, você responde que não, e ela manda que você leia o que está escrito dentro do aparelho ao lado dela. Na maior cara-de-pau do mundo você chuta o que está escrito, pois não lê nada e ela volta a perguntar pelos óculos, você diz que nunca usou. Mais uma vez ela pede que você tente ler, mais um insucesso. Então ela manda que você vá ao oftalmologista urgentemente, pois desacredita que você consiga ler legendas no cinema, pois está quase cego. Porém, coloca “apto” no seu resultado e você pode seguir em frente.

Chegando ao Poupatempo, você já vê uma enorme fila formada, mas fica sabendo que é para tirar RG. Ainda se perguntando porque tanta gente resolveu tirar RG no mesmo dia, você procura o Detran, que fica na parte de trás do prédio, ou “Praça Azul”.Lá existem duas filas, uma média e outra imensa. Como já era de se prever, a sua é a imensa, com cerca de 50 pessoas na sua frente. Um rapaz com crachá do Detran passa por cada um da fila e confere os documentos. 10 minutos depois de ter entrado na fila, ele chega em você, diz que está faltando seu RG. Você pergunta se não tem problema dar entrada sem ter o RG, usando a CNH como documento de identificação. “Problema nenhum”, ele responde. Antes de poder comemorar sua vitória sobre a idiota do consultório, ele te diz que faltam as xerox da CNH e do comprovante de endereço. Se sentindo um perfeito idiota, você sai da fila, da “Praça Azul”, dá a volta no prédio e chega ao guichê das Xerox, onde uma fila média já está formada. Na rua, você pagaria 10 centavos em uma cópia, lá são 40. “Sem problemas”, você pensa, “são só R$ 1,20”, espera cerca de 15 minutos, tira as Xerox, dá a volta no prédio e volta ao fim da fila do Detran. 10 minutos depois, o mesmo rapaz pede para checar seus documentos, e mais uma vez diz que falta o RG. Achando que é algum tipo de gozação você dá um sorriso e diz que ele já te deu essa informação, mas que tinha dito que poderia usar sua habilitação vencida como documento de identificação. “Ah, sem problemas”, ele responde, de novo. Ainda meio atordoado com a cena bizarra que acabara de se passar, o jeito é aguardar que os dois guichês atendam as 40 pessoas à sua frente.
Como em toda fila, sempre existem os pequenos desentendimentos entre aqueles que estão com pressa demais e os que estão com pressa de menos. São sempre discussões idiotas, pois ambos vão ter e esperar do mesmo jeito. Nesse dia em especial, os apressados eram uma moça de uns 40 anos acompanhada de um pós-adolescente-possivelmente-homosexual, e os com pressa de menos eram dois jovens namorados que provavelmente sairiam dali para a academia, ou para um episódio de Malhação, sei lá... Enfim, o fato é que uma vez que a fila anda, o casal de namorados continua no lugar, trocando caricias e beijinhos. Somente depois de um bom espaço aberto entre eles e a pessoa da frente que eles percebem, para então percorrerem o caminho e voltarem a se abraçar. Até aí, nada de irregular, até que eles repetem o ciclo pela terceira vez. Na quarta vez que a fila abre um espaço não percorrido pelos pombinhos, o pós-adolescente-possivelmente-homosexual (que a partir de agora chamarei de PAPH) grita, assustando todo mundo “AAAAAAAAAAAAAAANNNNDAAAAAAA MINHA FILHAAAAAAAAAA” (aos homosexuais que lerem, me desculpem, mas alguns de vocês tem maneiras pouco discretas de mostrar sua indignação). Metade do pessoal da fila começa a rir, a moça de 40 anos dá algumas risadinhas discretas e um tapinha no braço do PAPH, que se sente encorajado pela platéia e começa a bradar em alto e bom som coisas como “AI, EU FICO REVOLTADO COM GENTE SEM NOÇÃO”. Só para contrariar, ou mais desatento do que nunca, o casal deixa a fila andar mais uma vez, dessa vez um bom pedaço. Irritado pela afronta, o PAPH vai passando pelas pessoas da fila pisando duro, de encontro ao casal, dá um cutucão no ombro do rapaz (que deve ter cerca de 1,95 e passar 10 horas por dia na academia) e fala “OLHA, NÃO SEI SE VOCÊS VIRAM, MAS A FILA ANDOU”. Pronto, era o que faltava. Revoltada, a namorada do rapaz manda o PAPH se foder e disse que ele era muito folgado, “Quem é você pra vir me cutucar” e começaram a discutir. Dois minutos depois, o bombado finalmente consegue processar a informação de que alguém estava discutindo com a sua namorada e não diz nada, só dá uma encarada tão feia para o PAPH que qualquer mortal na faixa dos 1,70 de altura e com algum juízo cagaria nas calças. Sem demonstrar medo, o PAPH faz uma caretinha engraçada de desprezo para o burtamontes, resmunga algo como “Humpf” e faz o caminho de volta para o seu lugar.

Divertido pela cena que acabou de presenciar, você aguarda que as outras cinco pessoas à sua frente entreguem os documentos no guichê e quando chega a sua vez, surpresa: A fila era apenas para conferência de documentos (!!!!), coisa que um dos funcionários já fizera duas vezes antes durante a fila. Achando o procedimento ridículo, você entrega os documentos para a moça do guichê, que diz que está faltando o RG. Pela quarta vez no dia você diz a alguém que não tem o RG e pergunta novamente se poderia usar a CNH antiga como habilitação, ao que ela responde “Tudo bem”. Porra, se está tudo bem não ter, por que eles exigem? Checados os documentos, ela te entrega uma senha, uma folha onde constam os documentos que você entregou, e te manda para o lado de fora da Praça Azul, para esperar.

Saindo da Praça Azul você encontra um lugar grande, cheio de bancos de madeira, lotado de gente. Se acomoda em um canto e fica esperando os números da sua sequência aparerem (lá os números são divididos entre letras, tipo B5052, C130, H457 e por aí vai...), o seu era o B6584. Passam números com C, com H, com D...todas as letras possíveis. menos a B. Já descrente que vá aparecer, você decide sair de lá, mas quando está prestes a levantar, aparece B6512 na tela, incríveis 72 números na sua frente. Calculando rapidamente o tempo decorrido entre você entrar na sala e aparecer um número com a sequência B, multiplicado pelas 72 vezes que esse ciclo deveria se repetir, você deduz que só conseguirá renovar sua CNH quando os carros voarem e todos precisassem de Brevê, e ela for inútil.

São mais de 11 horas da manhã e finalmente seu número aparece no visor. Você até considera a possibilidade de emoldurar aquela senha e colocar no seu quarto, para sempre se lembrar de como foi corajoso em aguentar aquela tortura, mas infelizmente é obrigado a entregá-la à moça da mesa. Uma vez sentado você entrega os documentos, ela pega a folha que a moça do guichê entregou, onde constam os documentos entregues e começa a fazer pequenos riscos de “checado” na frente. Mais uma vez alguém está conferindo os documentos, coisa que já fizeram três vezes. Dessa vez, antes que ela fale alguma coisa e você seja obrigado a socar a cara dela, você se adianta “Olha, eu não tenho RG, posso usar a CNH como documento de identificação?”, ao que ela obviamente responde: “Tudo bem”. Depois de conferir (de novo) o quê você entregou, ela te devolve os documentos junto a uma guia a ser paga no banco do próprio Poupatempo.

Lá chegando você percebe que a fila está imensa e pergunta a uma atendente se qualquer agência da “Nossa Caixa” aceita o pagamento, pois seria muito mais rápido andar da Praça da Sé até a Rua XV de Novembro e pagar na agência da “Nossa Caixa” que tem lá, quase sempre vazia. Ela responde que não, que aquela é a única agência que aceita pagamento das guias do Poupatempo. Achando uma idiotice sem tamanho você se dirige à fila... Mas é impedido de entrar nela. Para poder pegar a fila do Banco, você deve contornar o prédio, sair do Poupatempo e aguardar na rampa do lado de fora, onde serão distribuídas senhas para a fila. Lá, a fila para a senha que dará acesso à fila do banco está enorme e você se posiciona no último lugar. Cinco minutos depois, vê um rapaz, uns seis lugares atrás de você comentando com todo mundo da fila sobre a demora, fazendo piadas e chamando a atenção. Mais cinco minutos e uma moça passa entregando as senhas que darão acesso à fila do banco. Quando ela termina de entregar os papeizinhos, o funcionário da ponta solta o povo da fila e o que se vê é uma corrida desenfreada para a fila do banco, o que é uma babaquice, pois todos estão com senha. Depois de entrar no Poupatempo, contornar mais uma vez o prédio e chegar à fila do banco, você entrega o papel à funcionária e entra na fila. Até aí tudo bem, o grande problema é quando você olha para frente, uns 10 lugares, e vê o cara que estava cinco atrás de você na hora de pegar a senha. Nesse caso, três possibilidades são válidas: 1 - Você é um idiota, 2 - A funcionária da Nossa Caixa é uma anta que não sabe reconhecer números por ordem de grandeza ou 3 - Todo o sistema de senhas é uma grande imbecilidade. Antes que chegue ao meio do caminho você percebe que é a somatória das três, pois tem gente brigando na fila com gente que furou o lugar e a anta da funcionária está deixando qualquer um entrar na fila, mesmo sem ter saído para pegar senha. Decidido a acabar logo com aquilo, você segue calado e meia hora depois consegue pagar a guia.

12:30, Com a guia paga e todos os documentos conferidos quatro vezes você se dirige ao guichê final, onde entrega tudo, a moça confere tudo (!!!), pega sua CNH antiga, carimba, te devolve suas xerox (se não precisava, pra que eu gastei R$ 1,20?), escreve algo nela e te devolve.

É o horário para retorno, 16:30. Dentro de quatro horas estará pronto, assim como prometido no site!