quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Apaguei

Apaguei o último post...

Estava criando polêmica demais!

E Deus sabe como eu gosto de tranquilidade...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Condimentos

Assim como a maioria dos homens de vinte e poucos anos, minhas habilidades na cozinha são praticamente nulas. Quando estou sozinho em casa recorro a pães, hambúrgueres, frios ou o que tiver na geladeira que seja fácil demais de fazer e que não me dê a chance de me matar ou destruir a cozinha da minha casa. Lembro-me do dia em que liguei para a minha irmã e, depois de uma hora de explicações e de anotar um passo-a-passo, finalmente me habilitei a fritar um saco de batatas semi-prontas. Tudo bem que ficaram borrachudas, salgadas demais e encharcadas de óleo. Contudo, a falta de parcimônia com o sal se resolveu com baldes de Coca-Cola e o problema de consistência do alimento (com excesso de combustível vegetal impregnado) acredito que sejam percalços que todo grande Chef enfrenta nos primeiros passos de suas carreiras.
Além de não saber preparar, ainda me destaco por ser um tremendo retardado na hora de comer. Tudo que estiver no meu prato e envolva molhos e condimentos acabará invariavelmente na minha roupa. Quando acontece em casa, tudo bem, só trocar a camiseta e a vida segue, o grande problema é quando acontece na rua. Ontem, depois de tomar algumas cervejas na Vesga, eu e um amigo de redação decidimos comer um X-salada para fazer um fundo no estômago e de lá seguir para o Studio SP, na Augusta.

Chegamos a um Boteco em frente ao Studio, pedimos um X-salada (muito bom por sinal), e como sempre eu enchi as duas metades do sanduíche com Ketchup e mostarda. Depois de terminado o lanche, pedimos mais um X-egg e dividimos. Novamente eu coloquei litros de condimentos. Quando me levantei para ir ao banheiro, notei que minha camisa (até aquele momento azul) estava com respingos em vermelho e amarelo. Já prevendo que teria que passar o resto da noite com aquela camisa, dando pala de gordo retardado, tratei de tentar minimizar o estrago, tendo como ferramentas apenas a torneira do sanitário do boteco e minhas nulas habilidades em remoção de manchas. Uma vez dentro do sanitário, tratei de avaliar o estrago: três manchas pequenas na parte inferior direita da camisa (perto dos botões), duas delas amarelas em pequeno volume e relevo e outra vermelha, um pouco maior e mais densa (tomate é foda). Depois da avaliação, comecei o trabalho de restauração em si. Teoricamente, uma camiseta molhada só depende do advento do tempo para que volte a apresentar o aspecto de limpa depois de seca, ao passo que uma camiseta manchada de Ketchup e mostarda aparentará estar cada vez mais suja à medida que for secando. Isto posto, minha próxima ação era óbvia: Lavar a camiseta. Claro que não poderia lavar a camisa inteira debaixo da torneira, pois não teria como me explicar ao pessoal do bar o porquê de ter saído molhado de dentro do sanitário, além de fornecer uma piada pronta para o meu amigo (que já se divertiu bastante somente com o fato de eu ter me sujado). Desse modo, abri a camisa, estiquei a parte manchada com uma mão, e com a outra mão em concha, armazenei uma pequena quantidade de água, que fui soltando aos poucos sobre a área manchada. Depois de adicionar o solvente universal, segurei as duas pontas da parte manchada e friccionei uma na outra, com a intenção de fazer com que as partículas dos molhos agarradas às fibras da camisa se soltassem. Primeira grande cagada! Além de não tirar a mancha, ainda fiz com que os três respingos se fundissem em um só mosaico amarelo, vermelho e molhado. Depois de xingar a camisa, o X-salada e principalmente minha idéia idiota, voltei à mesa para o jubilo do meu amigo, que ria e me chamava de idiota. Pedimos outra cerveja e eu fiquei olhando para aquela mancha, pensando em algo que poderia ser feito para que ela simplesmente sumisse. Dois copos depois, me ocorreu a grande idéia: friccionar novamente a área manchada, porém não mais a mancha nela mesma, mas contra a minha mão. Segunda grande cagada! Por conta do calor e dos dois lanches, minhas mãos não estavam um exemplo de pureza. Aparentemente limpas a olho nú, elas se encontravam ligeiramente suadas por conta do calor e meio molhadas pelo contato com o copo de cerveja. A união desses fatores fez com que a área manchada ficasse totalmente escurecida. Mais uma vez xinguei a camisa, o X-salada e minha ótima idéia.
Naquele momento, minha fé na remoção da mancha estava totalmente abalada e já conseguia vislumbrar a minha noite de gordo trapalhão, quando uma luz no fim do túnel me salvou:

Meu amigo passou mal com o X-salada e não quis mais entrar no Studio.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

14/10/2008

Nada aconteceu...

... O mundo continua chato pra caralho!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

CTRL + Z

Na maioria dos programas de computador, o recurso CTRL + Z ( control Z) serve para "desfazer" eventuais cagadas. Reescreveu um parágrafo inteiro e achou que o anterior estava melhor? CTRL + Z; Foi editar uma imagem, mas de repente viu que não ficou como você queria? CTRL + Z, e ela volta a ficar como era antes. Enfim, no cotidiano de quem trabalha com textos, imagens, som, vídeo ou qualquer coisa que envolva edição, é normal usar esse comando várias vezes por dia. O mesmo poderia ser utilizado nas atitudes do dia-a-dia, o que faria de todos nós pessoas mais felizes, principalmente o Bill Gates, que ficaria muito mais rico do que já é. Levando em consideração somente a minha vida, e sem precisar pensar demais, consigo enumerar dezenas de situações onde seria melhor ter dado um CTRL + Z.
A maioria dos dias que chego em casa da balada, muitas vezes entre 6 e 8 da manhã (e bêbado), tenho a estúpida e recorrente ideia de fazer um misto-quente, encher um copo com Coca-cola e assistir qualquer coisa que estiver passando na TV. Como é de se esperar, esse tipo de procedimento quando realizado em um horário em que o barulho vindo da rua é quase nulo, e levando em conta que normalmente posso contar com apenas 10% das minhas habilidades mentais e motoras (sendo otimista), as perspectivas de que uma bosta aconteça são enormes. Apenas para exemplificar: Uma das vezes, minha irmã me contou que comecei a dar broncas na fôrma de gelo, que por muitas vezes caiu da minha mão, fazendo um barulho inacreditável, ao que eu apenas repreendia "Fica quietooo truta, pelamordedeus!!!". Segundo ela, a cena se repetiu pelo menos três vezes antes que eu conseguisse colocar o gelo no copo.
Mesmo quando não derrubo nada, ainda consigo acordar a casa inteira. Como um bom bêbado, normalmente nesses momentos a minha noção de força e delicadeza estão sempre bem prejudicados, o que faz com que eu bata a porta do microondas, da geladeira, derrube panelas no escorredor para pegar um prato que está debaixo de tudo (enquanto só precisaria esticar o braço para o armário) ou abra e bata a porta do forno do fogão para ver se tem algo que sobrou do jantar.
Se para fazer um lanche eu sou um desastre, comendo não me saio melhor, já tendo acordado com a boca suja de molho sem nem lembrar que comi metade de uma travessa de macarrão, ou da vez em que fiz meu lanche, peguei o copo de coca e me sentei no sofá, para acordar no outro dia com a TV ligada e com metade do pão repousando sobre minha barriga.
Esse tipo de evento é sempre causado pelo consumo abusivo do alcool, coisa que dez entre dez pessoas nessa situação enfrentam. O problema é fazer merda sóbrio, coisa que eu também sou campeão. Já perdi as contas de quantas vezes fiz piadas na hora errada e só perceber isso quando todos meus amigos ficaram sem graça. Cansei de dar "Bumbadas na pausa" ( dizer a coisa errada na hora imprópria), como quando uma mina que eu conheci me falou que conhecia o Sarney e eu emendei "Que azar hein? Logo aquele ladrão filho da puta? Está mal de amizades!!!" sem saber que o velho filho da puta era tio dela. Uma vez comentei com a menina da locadora que os donos do lugar deveriam ser mais atentos, pois estavam faltando muitos lançamentos, e a maioria dos filmes eram velhos demais...Para depois descobrir que a locadora era dela e do irmão. Já fiz cartas de amor e mandei, para me arrepender logo depois de apertar "Enviar", procurando em todas as opções do E-mail um modo de fazer com que aquilo não cheguasse. Claro que não deu certo, as mensagens chegaram e eu fiz papel de imbecil, como sempre.
Para não dizer que é coisa do passado, enquanto escrevia esse texto eu disse por msn para uma amiga que o dia que dei em cima dela eu estava bêbado e que normalmente não faria isso. Embora a intenção fosse dizer que a considero como uma grande amiga, e que não teria o ímpeto de agarrá-la do nada, mais uma vez soou errado e eu fiquei com cara de pastel.
Se não dá para por CTRL + Z na realidade, que pensem nisso para as próximas versões do Messenger.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Reconstrução histórica

"Prefiro ver uma banda que toque um som de merda, mas próprio, do que alguém que toque bem um cover". Não foi a primeira vez que ouvi essa frase de um amigo, que tratou de repeti-la durante o almoço desta tarde enquanto jogava no celular. Comentários daqui e de lá dos que estavam na cozinha da editora e o assunto logo desandou para o futebol, como invariávelmente acontece. Horas depois, durante o trajeto no metrô e na minha caminhada para a faculdade (tempo que normalmente uso para pensar na vida, esporte que todo pobre adora praticar), fiquei matutando sobre o assunto. Pessoalmente, não vejo mal nenhum em bandas cover e realmente gosto de algumas delas, especialmente as direcionadas a uma banda só, que normalmente fazem um trabalho mais próximo do artista homenageado. Porém, ficou na minha cabeça o sentido que levaria você a montar uma banda com seus amigos e reproduzir o trabalho de alguém que fez sucesso com aquilo, em vez de tentar criar algo novo e diferente, com a sua marca pessoal.
Primeiro pensei em "proximidade", o cara querer reproduzir aquele som para se sentir mais próximo do seu ídolo, de estabelecer uma relação de intimidade através da arte. Depois achei que isso era babaquice demais e mudei a linha de pensamento. Peguemos como exemplo a banda "The Beats", considerada a melhor banda cover de Beatles do mundo: Os caras usam instrumentos da época, se vestem tal qual os rapazes de Liverpool e armam todo um misencene teatral para reproduzir a atmosfera da época da Beatlemania. Tive apenas duas oportunidades de assisti-los, mas por falta de grana não pude ir. Meus amigos assistiram e falaram que é inacreditável, mas enfim, o fato é que são quatro argentinos que abdicaram de suas vidas de músicos independentes e formaram uma banda que tem por objetivo ser exatamente igual a algo que foi um marco de décadas passadas. Nunca entrevistei ninguém da banda e não saberia dizer o motivo disso...E pode ser que nem tenha motivo. Mas é fato que o que me chama a atenção em um show como esse é a reconstrução histórica que ele provem. A menos que compremos uma passagem para os anos 60, será impossível assistir uma apresentação dos Beatles. Podemos nos contentar com o Paul McCartney, único da trupe em atividade, mas não terá a mesma atmosfera de uma apresentação como a do Shea Staduim em 1965, auge do sucesso do grupo. De que forma, além de assistindo uma "cópia teatral" como essa, podemos visitar essa época? Em um cálculo frio, estamos assistindo uma mentira e tentando nos conformar em assistir algo de "segunda mão", por não ter mais acesso ao original. Mas dentro dessa mentirada toda, também não recorremos ao cinema, onde atores vivenciam histórias muitas vezes reais, e mesmo sabendo que é mentira, nos emocionamos? Há quantos anos "Hamlet" continua sendo remontado e encenado pelos teatros no mundo afora, com o astro mandando o mesmo "Ser ou não ser, eis a questão" com um crânio na mão? Talvez o que importe realmente em uma apresentação como essa, não é "quem" está contando a história, mas "qual" história está sendo contada por aqueles quatro rapazes no palco. Nessa mesma idéia, pegamos Mozart, Bethoven, Strauss, Bah e tantos outros compositores da antiguidade que são reproduzidos até hoje. "Tudo bem", responderá você, "mas nenhum deles se veste igual ao Bethoven para tocar". Concordo, mas acho que no caso particular do "The Beats", a encenação é bem vinda, pois a pose de bons moços, os cabelos Mop Top do inicio da carreira e as várias transformações visuais pelas quais os rapazes passaram durante sua saga eram reflexo da mudança ou maior evidenciação das suas personalidades, refletidas principalmente em suas músicas. Basta assistir os vídeos de "Love me Do" e "All you need is love" para se ver que se tratam de duas bandas completamente diferentes, apenas com detalhes marcantes que os tornavam os Beatles, e isso é uma coisa importante para ser destacada, se é do interesse do músico fazer algo próximo do que era originalmente.
Ou isso ou eu bebi demais...