sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Condimentos

Assim como a maioria dos homens de vinte e poucos anos, minhas habilidades na cozinha são praticamente nulas. Quando estou sozinho em casa recorro a pães, hambúrgueres, frios ou o que tiver na geladeira que seja fácil demais de fazer e que não me dê a chance de me matar ou destruir a cozinha da minha casa. Lembro-me do dia em que liguei para a minha irmã e, depois de uma hora de explicações e de anotar um passo-a-passo, finalmente me habilitei a fritar um saco de batatas semi-prontas. Tudo bem que ficaram borrachudas, salgadas demais e encharcadas de óleo. Contudo, a falta de parcimônia com o sal se resolveu com baldes de Coca-Cola e o problema de consistência do alimento (com excesso de combustível vegetal impregnado) acredito que sejam percalços que todo grande Chef enfrenta nos primeiros passos de suas carreiras.
Além de não saber preparar, ainda me destaco por ser um tremendo retardado na hora de comer. Tudo que estiver no meu prato e envolva molhos e condimentos acabará invariavelmente na minha roupa. Quando acontece em casa, tudo bem, só trocar a camiseta e a vida segue, o grande problema é quando acontece na rua. Ontem, depois de tomar algumas cervejas na Vesga, eu e um amigo de redação decidimos comer um X-salada para fazer um fundo no estômago e de lá seguir para o Studio SP, na Augusta.

Chegamos a um Boteco em frente ao Studio, pedimos um X-salada (muito bom por sinal), e como sempre eu enchi as duas metades do sanduíche com Ketchup e mostarda. Depois de terminado o lanche, pedimos mais um X-egg e dividimos. Novamente eu coloquei litros de condimentos. Quando me levantei para ir ao banheiro, notei que minha camisa (até aquele momento azul) estava com respingos em vermelho e amarelo. Já prevendo que teria que passar o resto da noite com aquela camisa, dando pala de gordo retardado, tratei de tentar minimizar o estrago, tendo como ferramentas apenas a torneira do sanitário do boteco e minhas nulas habilidades em remoção de manchas. Uma vez dentro do sanitário, tratei de avaliar o estrago: três manchas pequenas na parte inferior direita da camisa (perto dos botões), duas delas amarelas em pequeno volume e relevo e outra vermelha, um pouco maior e mais densa (tomate é foda). Depois da avaliação, comecei o trabalho de restauração em si. Teoricamente, uma camiseta molhada só depende do advento do tempo para que volte a apresentar o aspecto de limpa depois de seca, ao passo que uma camiseta manchada de Ketchup e mostarda aparentará estar cada vez mais suja à medida que for secando. Isto posto, minha próxima ação era óbvia: Lavar a camiseta. Claro que não poderia lavar a camisa inteira debaixo da torneira, pois não teria como me explicar ao pessoal do bar o porquê de ter saído molhado de dentro do sanitário, além de fornecer uma piada pronta para o meu amigo (que já se divertiu bastante somente com o fato de eu ter me sujado). Desse modo, abri a camisa, estiquei a parte manchada com uma mão, e com a outra mão em concha, armazenei uma pequena quantidade de água, que fui soltando aos poucos sobre a área manchada. Depois de adicionar o solvente universal, segurei as duas pontas da parte manchada e friccionei uma na outra, com a intenção de fazer com que as partículas dos molhos agarradas às fibras da camisa se soltassem. Primeira grande cagada! Além de não tirar a mancha, ainda fiz com que os três respingos se fundissem em um só mosaico amarelo, vermelho e molhado. Depois de xingar a camisa, o X-salada e principalmente minha idéia idiota, voltei à mesa para o jubilo do meu amigo, que ria e me chamava de idiota. Pedimos outra cerveja e eu fiquei olhando para aquela mancha, pensando em algo que poderia ser feito para que ela simplesmente sumisse. Dois copos depois, me ocorreu a grande idéia: friccionar novamente a área manchada, porém não mais a mancha nela mesma, mas contra a minha mão. Segunda grande cagada! Por conta do calor e dos dois lanches, minhas mãos não estavam um exemplo de pureza. Aparentemente limpas a olho nú, elas se encontravam ligeiramente suadas por conta do calor e meio molhadas pelo contato com o copo de cerveja. A união desses fatores fez com que a área manchada ficasse totalmente escurecida. Mais uma vez xinguei a camisa, o X-salada e minha ótima idéia.
Naquele momento, minha fé na remoção da mancha estava totalmente abalada e já conseguia vislumbrar a minha noite de gordo trapalhão, quando uma luz no fim do túnel me salvou:

Meu amigo passou mal com o X-salada e não quis mais entrar no Studio.

5 comentários:

Anônimo disse...

Oi, que pena não deu certo todas as suas tentativas, você deu sorte do seu amigo ter passado mau. E quanto à história do Ctrl+Z , se eu pudesse dá um Ctrl+Z em alguma parte da minha vida daria justamente na parte em que te conheci, não que foi péssimo te conhecer muito pelo contrário, mas eu te conheceria apenas como um amigo, acho que seria bem melhor...
Beijos de uma pessoa que te admira muito...=)

Anônimo disse...

Vc sabe que eu sou naum eh mesmo?!

Bom eu nunca usaria CRTL+ Z em vc...
nem nas partes em que disse que estava amarga! haheahehea

Pra variar, me matei de rir na frente do pc... e amo a cada vez que venho aqui e vejo que vc postou mais uma de suas historias malucas!
Amo vc flavito...

Puras Impurezas disse...

Velho, como sempre, me matei de rir!
hauahuhauahuhauha
Vc tem cada vez mais idéias mirabolantes que nem sempre dão certo, mas que vc sempre se sai bem (ou qse) no final!
hahahahaha

Uia, um brotinho anônimo!
Coragem gata, mostre suas garras!
hahahahahaha



Te Adoroooooooooooooooooooooooo!!
Monka

Puras Impurezas disse...

Flavito, consegui fazer outro!:


PurasFissurasImpuras.blogspot.com.br


Bjo Tisouroooooooooooooooo

Helder Maldonado disse...

Mano, o melhor é não lavar a camisa. Nunca. Deixa suja e foda-se. Ainda mais se você for entrar no Studio SP, que nem tem iluminação suficiente para alguém ver seu estabanismo